quinta-feira, outubro 05, 2006

5 de Outubro - Proclamação da República


5 de Outubro. Comemora-se a instauração da República. Isto foi há quase 100 anos. Portugal deixara de ser governado por Reis. Porquê, perguntarão as gerações mais novas. Pois bem, aqui vai uma breve história sobre este país com mais de 800 anos de história.

“A Proclamação da República Portuguesa foi o resultado da Revolução de 5 de Outubro de 1910 que naquela data pôs termo à monarquia em Portugal.

O movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910 deu-se em natural sequência da acção doutrinária e política que, desde a criação do Partido Republicano, em 1876, vinha sendo desenvolvida. Aumentando contraposição entre a República e a Monarquia, a propaganda republicana fora sabendo tirar partido de alguns factos históricos de repercussão popular: as comemorações do centenário da morte de Camões, em 1880, e o Ultimatum inglês, em 1890, foram aproveitados pelos defensores das doutrinas republicanas que se identificaram com os sentimentos nacionais e aspirações populares.

Elias Garcia, Manuel Arriaga, Magalhães Lima, tal com o operário Agostinho da Silva, foram personagens importantes dos comícios de propaganda republicana, em 1880.

O terceiro centenário da morte de Camões foi comemorado com actos significativos — como o cortejo cívico que percorreu as ruas de Lisboa, no meio de grande entusiasmo popular e, também, a transladação dos restos mortais de Camões e Vasco da Gama para o Panteão Nacional. As luminárias e o ar de festa nacional que caracterizaram essas comemorações complementaram esse quadro de exaltação patriótica.

Partira a ideia das comemorações camoneanas da Sociedade de Geografia de Lisboa, mas a execução coube a uma comissão de representantes da Imprensa de Lisboa, constituída pelo Visconde de Jorumenha, por Teófilo Braga, Ramalho Ortigão, Batalha Reis, Magalhães Lima e Pinheiro Chagas. E o Partido Republicano, ao qual pertenciam as figuras mais representativas da Comissão Executiva das comemorações do tricentenário camoneano, ganhou grande popularidade.

Durante o breve reinado de D. Manuel II — que ascendeu ao trono logo após o atentado a D. Carlos, donde resultou também a morte do seu filho herdeiro Luís Filipe, Duque de Bragança —, o movimento republicano acentuou-se, chegando mesmo a ridicularizar a monarquia.

A 3 de Outubro de 1910 estalou a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política. Embora muitos envolvidos se tenham esquivado à participação — chegando mesmo a parecer que a revolta tinha falhado — foi também graças à incapacidade de resposta do Governo em reunir tropas que dominassem os cerca de duzentos revolucionários que resistiam de armas na mão. Comandava as forças monárquicas, em Lisboa, o General Manuel Rafael Gorjão Henriques, que se viu impotente para impedir a progressão das forças comandadas por Machado dos Santos. Com a adesão de alguns navios de guerra, o Governo rendia-se, os republicanos proclamavam a República, e D. Manuel II era exilado.”

In: Wikipédia, a enciclopédia livre


No fundo, os portugueses estavam cansados da incompetência do regime monárquico, no que diz respeito às relações internacionais com a Inglaterra, na questão do Mapa Cor-de-Rosa, e a nível interno. O país encontra-se atrasado económica e culturalmente em relação ao resto da Europa (isto lembras-vos alguma coisa? Ehehe).

Será que Portugal só avança com revoltas? Foi assim ao longo da nossa longa história. Com esta conclusão só me resta dizer: revoltemo-nos novamente!

1 comentário:

Femané disse...

A primeira manif que houver, eu estarei lá com um “ganda” cartaz:

"REVOLTA-TE, QUE ÉS CAPAZ"